Encontro de Segurança Alimentar discute a organização local e a criação de políticas públicas para combater as desigualdades sociais e a fome.

No dia mundial da alimentação, 16 de outubro, aconteceu o 1º Encontro de Segurança Alimentar, na Sala de Atividades da Expojac. Com o objetivo de gerar conscientização sobre a implantação da política de segurança alimentar, visando garantir o acesso à alimentação saudável e nutricional em nossa região, através da informação, o evento reuniu cerca de 40 pessoas, entre elas representante de diversos setores locais e regionais no âmbito da nutrição e segurança alimentar, entre representantes do poder público, universidade, entidades, produtores rurais e ONG´s. 

O evento Foi organizado pela Seção de Agricultura, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Agricultura, Turismo, Cultura e Esporte. 

A necessidade de articulações dentro do próprio município, foi pauta entre os convidados que trouxeram dados e informações importantes sobre a fome no Brasil e como fazer dar certo as ações, desde que sejam articuladas e conectadas em conjunto entre o poder público, privado e o terceiro setor. 

Gislene dos Anjos, nutricionista da Atenção Básica de Registro, mestre em Ciências da Saúde pela USP e doutoranda em Alimentos e Nutrição pela Unesp, falou sobre o desperdício de alimento no país. “Por mais que a fome tenha diminuído no Brasil, ainda temos 55 milhões de toneladas de alimentos sendo desperdiçados, por ano. Os impactos estão em toda a cadeia, inclusive no meio ambiente. A fome afeta e diz respeito a todos nós”. 

Gislene trouxe também, como exemplo, o município de Registro, na articulação e organização do conselho municipal e formação do CAISAN – Conselho Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável e do SISAN – Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, de gestão intersetorial e participativa, para a implementação e execução da Política de Segurança Alimentar e Nutricional. 

Rogério Fernandes, de Pariquera-Açú, é empreendedor social e membro da ONG Instituto FelizCidade e analista de projetos da ONG Banco de Alimentos falou sobre a situação do Vale do Ribeira e toda sua complexidade, onde se requer uma abordagem integrada que considere as especificidades culturais e econômicas da região, para promover a segurança alimentar de forma sustentável. 

Rogério apresentou como exemplo, seu propósito de vida, através da sua história pessoal na mobilização em prol da diminuição da fome, através da criação do Instituto FelizCidade, franquia social da ONG Banco de Alimentos. Eles realizam a ponte entre alimentos que seriam desperdiçados e são entregues para quem precisa “A ideia também é conscientizar quem recebe os alimentos. No Vale temos muito potencial de recursos naturais e humanos, mas ainda temos um longo caminho a percorrer”, disse Rogério, sócio fundador do instituto, que percorre todo o Vale e citou o seu encantamento com as comunidades quilombolas. 

Roberto Garcia, prefeito de Jacupiranga também estava presente e destacou a importância das políticas públicas e da organização coletiva “É preciso que as pessoas de fato, queiram se organizar e construir as políticas”. Em seguida, Dariane Schofen Enke, professora doutora do departamento de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Unesp, enfatizou sobre a importância da diminuição das desigualdades. “Todos devem estar envolvidos, é um dever de todos, das gestões e da continuidade”.

Após o momento de fala dos convidados presentes, Ana Léa Martins Lobo, assistente social da Secretaria da Agricultura, fez a abertura para o público presente poder contribuir com o debate, trocar informações e planejar as ações futuras, como a criação do Conselho Municipal de Segurança Alimentar. “É a mobilização coletiva que transforma”, disse ela no fechamento do encontro.